Se antes não podíamos sair de casa sem a carteira (dinheiro e documentos), hoje caminhamos para substituí-la através do celular.
A priori vi com bons olhos.
Carteira e celular são incômodos para carregar pelo volume e peso que têm.
Mulheres usam bolsa, talvez não se importem muito, mas homens gostam de usar os bolsos para evitar ter as mãos ocupadas.
- Se roubarem o celular, ou perdê-lo?
O celular concentra tudo e isso aumenta as chances de dolo.
Quando a informação coletada não é tão prejudicial, ainda não nos importamos.
A questão é como medir isso?
Como podemos saber o teor da informação repassada e quando o que é aparentemente seguro tornar público hoje deixa de sê-lo amanhã?
Às vezes, a informação inútil de hoje, sob um novo contexto do amanhã, torna-se algo muito sensível.
Eu não peguei essa época, mais cheguei a ser o irmão caçula. Terrível para mim e para eles. 😁
Eles retornavam sempre a mesma pequena lista de aplicações que não são compatíveis com a app do banco e que devem ser desinstaladas, pois do contrário, elas bloqueiam qualquer transação.
Tinha duas soluções: ou desistir do banco ou descobrir o problema.
Já que gosto do Itaú (muitos anos como correntista), e sendo profissional de TI, aceitei como desafio resolver o problema pois tinha tempo à ocasião, já que estava de férias.
No corre-corre do dia-a-dia, eu não teria tido tempo, e certamente teria transferido todas as operações para outro banco onde também tenho conta e que não apresentava esse empecilho.
O critério que escolhi foi eleger o nome do fabricante.
Como a aplicação TeamViewer provoca esse bloqueamento para a app do Itaú, pesquisei no meu celular todas as aplicações que tinha e comecei uma pesquisa pelo notebook via browser coletando informações sobre cada uma delas, até que... descobri que a aplicação LifeAR era fabricada pela TeamViewer, o mesmo fabricante da aplicação de conexão remota que leva esse nome (TeamViewer).
O problema é que tal aplicação nada tem com conexão remota, ao menos no descritivo que ela traz.
Trata-se de uma aplicação de "realidade aumentada", e que por essa razão jamais iria descobrir se não tivesse adotado uma outra lógica de solução, diferente daquela que o suporte havia me passado.
Desinstalei a aplicação LifeAR e testei após 2 dias de espera para que o suporte desbloqueasse minhas transações. Essa demora nos bloqueios tornavam os testes bastante difíceis. Cada tentativa com insucesso representava de 1 a 2 dias para desbloquear, até que pudesse fazer um novo teste.
Eu precisava acertar rápido, com o menor número de tentativas possível ou apagar tudo do celular, se não tivesse mais tempo.
Uma vez desinstalada a app de realidade aumentada LifeAR, os bloqueios se foram e pude começar a agendar minhas contas. Sorte que não deixo contas para a última hora, sempre agendo com muita antecedência porque não confio em conectividade: Lei de Murphey.
Só que virar cobaia pode sair muito caro.
Um sem qualquer app instalada, exceto aquelas dos agentes bancários e financeiros em que temos confiança, e um outro celular de "playground", onde você pode instalar as apps que gosta, aquelas utilidades que fazem diferença em nossas vidas.
Contudo convém lembrar que você continuará rastreado pelo Google em todas a suas atividades (foto abaixo).
Desligar o celular não adianta. Só mesmo tirando a bateria até que eles inventem a qualquer pretexto uma bateria extra embutida, não removível. Neste caso só desativando tal bateria extra ou dando preferência a celulares sem a mesma. Futuro? Sim, mas não improvável.
Se a sua liberdade não é importante, talvez a dos outros seja, incluindo o futuro dos seus filhos.
O despotismo governamental cresce intensamente, sejam nas democracias ou nos regimes totalitários.
O celular é o instrumento perfeito de surveillance.